domingo, 18 de julho de 2010

O PODER DA INTERPRETAÇÃO


Assistindo a um filme baseado na vida de Beethoven, um dos meus compositores favoritos, pude perceber que assim como na vida e na arte, o poder da interpretação é o que faz toda a diferença.

Beethoven tinha o dom de criar composições grandiosas usando o poder da interpretação. Ele tinha uma capacidade, apesar da sua limitação física, a surdez, de transportar todo um âmago de sentimentos e sensações interiores para peças sublimes e ao mesmo tempo dramáticas.

Mas o que é o poder da interpretação?

Sabe quando passamos pela vida, apenas desenvolvendo nossas atividades diárias, correndo atrás de resultados financeiros, intelectuais e sociais e tropeçamos em coisas comuns do dia a dia, em pessoas, já acostumados com suas presenças, e com lugares e paisagens repetidas dia após dia? Bem, são nesses momentos que o poder da interpretação mostra seu valor.

O poder da interpretação é quando podemos observar tudo que nos rodeia e retirarmos algo além do óbvio. É quando olhamos para uma pessoa que está ali ao nosso lado e vemos além de sua aparência externa. Quando lemos ou ouvimos uma palavra e sentimos a emoção que ela nos transmite. É quando vemos uma obra de arte, que mesmo parecendo apenas um borrão de tinta em uma tela, captamos uma mensagem que muitas vezes nem o próprio artista teve a intenção de transmitir.

O poder da interpretação é poder captar a nossa essência em coisas que estão dentro e fora de nós. É sabermos distinguir sensações de impressões, vozes internas de vozes de terceiros, realidade de ilusão, essência de superfície.

É um aprendizado diário, e a melhor forma de desenvolver esse aprendizado é adquirir a disciplina de parar e observar a vida. Observar cada detalhe, cada momento, cada movimento, cada ação e reação, cada cor e luz, cada forma e conteúdo, cada pessoa, cada paisagem, cada sensação. E ao desenvolvermos esse hábito libertador, valorizamos mais a vida que, queiramos ou não, só acontece no agora, pois o passado e o futuro são conceitos fundidos no presente, e ao interpretamos o momento presente, interpretamos a vida em si.

Então que tal libertar seu Beethoven interior e começar a interpretar a vida como uma grande e bela sinfonia?

Acredito que você irá se apaixonar mais ainda por tudo o que está ao seu redor e principalmente, por tudo o que está em seu interior.

Não permita que as limitações da vida reprimam a sua capacidade de interpretar o seu verdadeiro Eu, que nada mais é que o puro AMOR.

Vamos lá, INTERPRETE-SE!

Nel Araujo.

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